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Toxicidade das tintas: conheça os 3 agentes químicos mais tóxicos

Todos os processos industriais que envolvem o manuseio de produtos químicos possuem riscos associados a essas atividades. E, na indústria de tintas, esse cenário não seria diferente. Então, neste blog, vamos falar melhor sobre a toxicidade das tintas.

Riscos na indústria de tintas

Vale destacar que um trabalhador em uma indústria de tintas opera e controla equipamentos e instalações que fazem e misturam substâncias orgânicas, solventes e pigmentos para a produção de lacas e tintas sintéticas de acordo com fórmulas e especificações de ordem de trabalho.

Dessa forma, vários riscos da toxicidade das tintas estão associados a esta atuação, como por exemplo a exposição a: 

  • Vapores de solventes, tintas e vernizes que podem causar irritação e danos à saúde; 
  • Compostos Orgânicos Voláteis (VOC) em áreas de armazenamento e / ou durante a limpeza das instalações de fabricação;
  • Poeira de pigmento, durante a moagem e a mistura, assim como durante a preparação das tintas;
  • Substâncias orgânicas, que podem causar reações alérgicas, como irritação do trato respiratório e dos olhos e pele.

Quando do manuseio de tintas nos locais de trabalho, a exposição aos agentes químicos ocorre no momento da secagem da mesma. Esse processo pode ser de três tipos: 

  • Secagem por evaporação dos solventes e diluentes – Secagem física:

Nesse caso, a evaporação do solvente/diluentes já tem início quando a tinta está sendo aplicada na superfície. O solvente, ao evaporar-se, origina um estado em que todas as moléculas entram em contato umas com as outras, através da ação de forças intermoleculares, causando então a formação da película seca. 

Leitura recomendada: Agentes químicos no ar: qual a diferença entre fumos, poeiras, névoas, gases e vapores?

  • Secagem por polimerização auto-oxidativa – Secagem química: 

Neste caso, o ligante predominantemente é um óleo secativo, que, através da absorção do oxigênio do ar, gera uma reação de polimerização, por um processo auto oxidante. Esse mecanismo é observado quer os ligantes sejam óleos secativos ou resinosos, ou ainda resinas alquídicas modificadas com óleos secativos. 

  • Secagem por reações de polimerização – Secagem química: 

Neste caso, o processo de secagem se dá através de reações de polimerização que ocorrem sob determinadas condições, como ação do calor, ação de um catalisador ou ação de um agente de cura.

Composição e toxicidade das tintas

As tintas são geralmente líquidas ou em pó, constituídas de solventes, pigmentos, resina e aditivos. Tais componentes apresentam níveis elevados de toxicidade das tintas. Vamos conhecer melhor:

Solvente

O solvente é responsável pela adequação da viscosidade da tinta com o objetivo de facilitar a aplicação e a dissolução da resina, proporcionando um melhor contato entre a superfície e a tinta. Também é responsável pela solubilização dos componentes, tempo de secagem e espessura das tintas. 

Existe uma grande variedade de solventes orgânicos empregados nas tintas. No entanto, as classes de solventes orgânicos mais utilizadas são os hidrocarbonetos (tolueno, hexano, metil álcool, metil isocianato etc),  solventes oxigenados e solventes clorados. 

A maioria destes solventes apresentam compostos orgânicos voláteis e apenas um número limitado destes solventes é adequado para revestimentos.

Resina

A resina é o material ligante ou aglomerante responsável por aglutinar as partículas de pigmentos e pela aderência da tinta no substrato. Converte também a tinta do estado líquido para o estado sólido, criando a película de tinta.

Uma grande variedade de resinas sintéticas está disponível comercialmente. As que têm sido usadas com mais frequência em tintas, vernizes e lacas incluem resinas à base de celulose, resinas fenólicas, alquídicas, vinílicas, acrílicas e metacrílicas, resinas de poliéster e poliuretano, derivados de borracha clorada, estireno-butadieno e óleos de silicone. 

As misturas de resinas sintéticas fornecem propriedades características que não podem ser obtidas a partir de uma única resina. Embora a quantidade de resina na tinta varie, as concentrações de 20% a 60% por peso são as mais comuns.

Leitura recomendada: Trabalhos perigosos e os desafios de segurança de produtos químicos

Tintas epóxi

Não podemos deixar de citar as tintas epóxi ou epoxídicas, tintas que são de alta performance. O que as tornam de grande uso para combate aos problemas de corrosão. 

Sua importância vem de suas propriedades de aderência e de alta resistência química, apresentando também alta resistência à abrasão e ao impacto. As tintas epóxis são provenientes da resina epóxi, que são polímeros que contêm em sua estrutura molecular a presença do grupo epóxi.

As resinas epoxídicas de maior interesse para a fabricação de tintas anticorrosivas são obtidas a partir da reação química de condensação da epicloridrina com bisfenol A, que são agentes extremamente tóxicos. 

Pigmentos, aditivos e outros

As resinas poliuretanas possuem em sua composição isocianatos que também apresentam alta toxicidade. 

Os pigmentos são partículas em pó, insolúveis, que são divididos em inertes e ativos. Os pigmentos inertes possuem função de enchimento, textura e resistência à abrasão. Já os pigmentos ativos dão cor à tinta.

Os aditivos são utilizados para melhorar as propriedades das tintas. Os mais comuns são os secantes, plastificantes, bactericidas, antibolhas, entre outros.

Leitura recomendada: Insalubridade e Periculosidade no âmbito da segurança do trabalho

Principais preocupações com a toxicidade das tintas

Para evitar os riscos de toxicidade das tintas, alguns cuidados podem ser tomados na utilização desses materiais. Veja quais ações tomar: 

  • Conheça a composição química da tinta que está utilizando. Leia o rótulo do produto.
  • Evite o contato e utilize EPIs adequados, como luvas e botas, além de camisa de manga longa e calça comprida.
  • Avalie como será aplicada a tinta e as necessidades de proteção requeridas. 
  • O local de trabalho deve ser sinalizado, bloqueado, limpo e arrumado. 
  • Separe, inspecione e leve para o local de trabalho apenas o que vai se utilizar no dia.
  • Mantenha todas as latas fechadas e distantes das fontes de ignição.
  • Todas as latas de tintas e solventes vazios deverão ser removidas do local de trabalho ao final de cada dia.

Como garantir a segurança química e evitar o risco da toxicidade das tintas

Devido à complexidade na composição das tintas, fica claro que a avaliação dos perigos e riscos quando da utilização desses produtos deve ser realizada com todo o cuidado e detalhamento. Muitas vezes, as FISPQs desses produtos não relacionam todos os componentes presentes. O que dificulta e muito essa avaliação. 

Então, é necessário que se tenha todo o rigor na avaliação dessas documentações, assim como é devido exigir dos fabricantes a informação completa e as respectivas concentrações.

Esse é apenas o primeiro passo para a realização de uma gestão do risco químico, que deve contemplar o impacto desse produto em todas as etapas do processo na empresa. Isso inclui desde o recebimento dos agentes e a fabricação das tintas até a expedição do produto final. 

Essa análise contempla o atendimento a toda a legislação sobre produtos químicos e oferece um panorama completo do status real da empresa em relação ao compliance químico.  

Como a Chemical Risk pode ajudar sua empresa

Para garantir a segurança dos trabalhadores da sua empresa em relação à toxicidade das tintas, realizar todas as medidas preventivas e ter os documentos de segurança química em dia, conte com uma parceira especializada no assunto.

A Chemical Risk é uma consultoria em gestão de segurança e risco químico, com profissionais altamente capacitados, experientes e com conhecimento total de mercado.

Com isso, garantimos adequação total da sua empresa às normas vigentes. Nossa atuação contempla serviços de excelência, atendimento rápido e eficiente.

Confira aqui toda nossa gama de serviços de segurança química e também os nossos treinamentos para empresas.

Se quiser saber mais detalhes, tirar dúvidas ou pedir um orçamento, entre em contato agora mesmo!

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14 comentários

  1. Olá!
    Meu esposo está com câncer de Pulmão desde 2017, quando trabalha numa empresa grande como aux. de manutenção desde 2013. Até que 7 meses antes de ficar doente, seu chefe o colocou pra fazer o descarte de latas de tintas de aerosol, para pinturas de metais, o descarte era feito todos os dias com uma maquina manual que os próprios serralheiros inventaram e construíram sem fiscalização nenhuma dos seguranças do trabalho. estou pensando em processar a empresa que até o dia de hoje ele tem vínculo apesar de estar aposentado por invalidez. porém o médico dele disse que vai ser dificil provar que sua doença pulmonar está relacionada com o trabalho porque o tipo de câncer que ele possui sofre mutação genética. Mas tudo começou com três derrames pulmonar quando ele estava trabalhando com esse descarte de latas de pinturas metálicas que eram mais de 200 por dia. Nunca fumou. Por isso nada tira da minha cabeça que ele está doente por causa do seu último trabalho na empresa.
    Gostaria de saber qual o primeiro passo que tenho que dá pra provar que a doença do meu esposo foi ocupacional, haja visto, que antes dele ficar doente, era super saudável e na família não têm casos de câncer. nunca entrei com uma ação contra esta empresa, mas sinto que deveria por que desde que meu esposo adoeceu eles tiraram esse tipo de trabalho do setor, desde o ocorrido nenhum funcionário pôde fazer esse tipo de trabalho. essa atitude me leva a crer que eles estavam fazendo um trabalho sem segurança e sem se importar com a saúde do meu esposo.
    Agradeço a atenção e aguardo uma orientação desta engenheira química (Iridi Alago)que muito admiro pelas suas técnicas e habilidades e formação com esse tipo de trabalho.

    1. Prezada Sra. Claudia,

      Para esse caso, a Sra. terá que procurar um advogado especializado em direito trabalhista para abrir uma ação de indenização por doença ocupacional.
      Em casos de abertura de ação de indenização por doença adquirida no trabalho é necessário que o empregado realize uma série de exames médicos que comprovem a origem da doença, passe por perícia médica e aguarde por uma análise da situação do ambiente ocupacional e das diretrizes interna da empresa em relação à segurança do trabalho.
      O advogado poderá esclarecer todas as dúvidas e tomar as providencias necessárias para o andamento do processo.

      Esperamos que tudo se resolva da melhor forma possível! Boa Sorte!

  2. Prezada Iride,
    Comecei a produzir bebês reborns há menos de 2 meses. Fiz 1 boneca e esses dias estou finalizando a segunda.
    O trabalho consiste em aplicar tinta diluída em solvente, sobre um kit de vinil. O kit então é colocado no forno, para fixação da tinta.
    É um trabalho manual que estou realizando no meu AP. Por enquanto, por falta de espaço adequado, na cozinha.
    A tinta usada é a Gênesis, importada e própria para essa arte. O solvente é ecosolv da Acrilex ou Gato preto. Compramos a tinta fracionada e por isso ela vem sem etiqueta do produtor, onde deve estar especificada a composição química.
    Procuro trabalhar com as janelas abertas, porém mesmo no dia seguinte eu sinto um cheiro de produto químico na região do fogão e pia.
    Uma amiga, que trabalha nessa atividade há quase 2 anos, disse que não sente cheiro algum.
    Mas uma outra, que já trabalha há alguns anos, teve problema alérgico que requereu tratamento prolongado.
    Nas mídias sociais vejo muitas mulheres trabalhando nessa arte sem nenhum EPI. Porém a minha professora alertou para usarmos máscaras do tipo usada na área médica.
    Estou preocupada com a possibilidade de prejudicar minha saúde, bem mais valioso que possuo.
    Poderia me orientar sobre como posso continuar nessa atividade, uma vez que preciso de renda, mas sem contudo vir a ter problemas com doenças decorrentes dela?
    E será mesmo que os produtos manipulados são risco à minha saúde?
    Agradeço desde já.
    Ana maria

    1. Prezada Ana Maria,
      Na Ficha de Segurança do produto Ecosolv (Acrilex) temos as seguintes informações:
      Os sintomas e efeitos mais importantes, agudos ou tardios: Quando inalado pode provocar sintomas alérgicos, de asma ou dificuldades respiratórias. Pode provocar reações alérgicas na pele. Pode ser fatal se ingerido e penetrar nas vias respiratórias.
      De acordo com as informações citadas, o produto possui potencial de causar danos à saúde.
      Para maiores informações, a FISPQ do produto pode ser obtida no endereço: https://acrilex.com.br/wp-content/uploads/2017/08/Fispq-GHS-Ecosolv.pdf.

      Atenciosamente

      1. Obrigada pela resposta. Mas minha dúvida se refere também a tinta gênesis para arte reborn e aa reações químicas q certamente ocorrem com o aquecimento do vinil para fixação da tinta. Se eu tenho q usar EPIs e quais seriam os indicados para proteger minha saúde.
        Agradeço se puder responder novamente.
        Ana maria

        1. Prezada Sra. Ana Maria,
          A Chemical Risk é uma empresa de consultoria em segurança química, cuja área de atuação são os segmentos industriais.
          Recomendo que a Sra. entre em contato com os fornecedores dos produtos que são utilizados na sua atividade para que eles possam orientá-la em relação aos questionamentos formulados.
          Att,

  3. Bom dia, meu nome e Ivanor e comprei tintas e solvente pra pintura das paredes do apartamento. Como sobrou guardei no banheiro da suite ( quarto pequeno e porta do banheiro fechada ) e com a pressão apenas da mão pra fechar o que sobrou. Não usava o banheiro, então fiz de depósito. Porem dormia no mesmo quarto com tudo fechado. Agora estou com insuficiência pancreatica e sinto algumas dores pelo corpo. Nesse caso posso ter me intoxicado sem perceber cheiro algum

    1. Prezado Ivanor,

      Nesse cenário que você descreveu, é muito complexo se estabelecer o nexo causal entre o dano à saúde que você informou e a utilização do produto, respectivo armazenamento e suposta exposição.
      Espero que você se recupere totalmente.
      Continue nos acompanhando!

  4. Olá. Meu pai trabalhou mais de 35 anos como pintor. Hoje ele não consegue mais trabalhar pois desenvolveu a síndrome de DUPUYTREN e os dedos das mãos estao em contratura permanente. Ele espera por cirugia. No entanto, pesquisando sobre a doença, vi que fumantes, alcoólatras, que apresentam Diabetes e que usam drogas anticonvulsivantes apresentam maior chance de desenvolver a doença. Daí fiquei na dúvida se ao longo desses mais de 30 anos exposto aos mais diversos tipos de tintas, principalmente, a epox, não poderia de alguma maneira contribuir com o surgimento desse problema. Poderia indicar o tipo de exames que ele poderia fazer para verificar se esses agentes químicos estão acumulados no corpo dele?

    1. Prezada Rosa,

      Estabelecer o nexo causal em um caso como esse, é um processo complexo, e na verdade exige o envolvimento da empresa onde o serviço foi prestado, assim como o envolvimento do médico do trabalho e da área de SST.

      Abç

  5. Olá! Tudo bem? Somos uma equipe de robótica do SESI de Sobradinho – DF (BISC8) estamos participando do torneio da Lego, cujo além da parte de robótica, temos que desenvover um projeto de inovação relacionado a artes, temos que encontrar um problema e soluciona-lo de forma inovadora. Estamos pesquisando e entrando no universo das tintas sobre suas toxidades, vimos que a senhora é uma especialista nessa área. Seria possível conversarmos com a senhora?

    1. Boa tarde Ester! Tudo bem?

      Atuamos sim na área de Segurança Química, principalmente no que se refere à toxicidade dos produtos químicos. Sinta-se à vontade para entrar em contato. Se preferir. você pode me enviar por e-mail qual seria a necessidade de vocês e posteriormente conversaríamos.

      Até breve!!!!!

  6. Olá Iride, tenho uma dúvida e gostaria que me esclarecesse:
    Tenho um produto industrializado que é pintado com tinta, porém na composição dessa tinta há uma quantidade mínima de Pentaclorofenol. Fiz uma pesquisa e de acordo com a Anvisa o uso do Pentaclorofenol é banido no Brasil.

    já a Portaria MJSP, que estabelece procedimentos para o controle e a fiscalização de produtos químicos e define os produtos químicos sujeitos a controle pela Polícia Federal:
    https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mjsp-n-204-de-21-de-outubro-de-2022-438279876, diz:
    Art. 57. Estão isentos de controle os seguintes produtos formulados com substância química controlada:
    XI – tintas, vernizes, resinas, vedantes e selantes: produtos usados para proteger, dar cor e/ou vedar objetos ou superfícies;

    Minha pergunta é: posso comercializar meu produto industrializado aqui no Brasil? Se eu não posso comercializar, qual a portaria ou lei que me proibe?
    Obrigado

    1. Boa tarde Rubens,
      Para responder ao seu questionamento, é necessária a análise de vários parâmetros. A Chemical Risk, possui um serviço de avaliação de produtos controlados e caso seja de seu interesse, entre em contato através do e-mail: simonesantos@chemicalrisk.com.br, que poderemos auxiliá-lo nessa demanda.

      Att,

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