Aerossóis na higiene ocupacional são suspensões de partículas sólidas finas ou gotículas líquidas suspensas no ar.
Eles são um foco importante na avaliação e controle de contaminantes atmosféricos que os trabalhadores podem inalar, os quais podem causar diversos problemas de saúde, dependendo da natureza, tamanho e concentração das partículas.
Os aerossóis podem estar presentes em diferentes indústrias, como por exemplo:
- Indústria Química – Nos processos de mistura, pulverização, reação, transferência de pós ou líquidos.
- Indústria da Construção – Nas atividades de corte, perfuração, demolição, pulverização de concreto ou isolamento.
- Indústria Alimentícia – No manuseio de pós (exemplo: farinha, especiarias), na pulverização de óleos ou aromatizantes, limpeza com desinfetantes.
- Indústria Farmacêutica – Nos processos de revestimento de comprimidos, transferência de pó, granulação, pulverização estéril.
- Metalurgia e Soldagem – Nas atividades de soldagem, retificação, fundição.
- Limpeza e Saneamento (Diversos Setores) – Na pulverização de desinfetantes, alvejantes, produtos de limpeza à base de amônia.
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Índice
ToggleQuais são os tipos de aerossóis presentes nos locais de trabalho?
Na higiene ocupacional, os tipos mais comuns de aerossóis encontrados em locais de trabalho são divididos por suas características físicas e como são gerados. Veja:
1. Poeiras
São partículas sólidas geradas por ação mecânica (corte, trituração, trituração). Como exemplo, podemos citar o pó de sílica gerado na construção civil e mineração. Também temos o pó de madeira, proveniente da carpintaria e da fabricação de móveis. Pó de grãos ou farinha na indústria farmacêutica e os pós farmacêuticos, presentes na indústria farmacêutica.
2. Fumos
Partículas sólidas finas formadas quando um metal vaporizado condensa (geralmente durante processos de alta temperatura). Como fontes, podemos citar as operações de soldagem, que geram fumos de ferro, manganês, crômio e a fundição de metais que pode gerar chumbo, cádmio e outros fumos de metais.
3. Névoas
São pequenas gotículas de líquido suspensas no ar, frequentemente formadas por pulverização ou condensação. Podemos citar a pulverização de pesticidas ou desinfetantes, a névoa ácida, o ácido sulfúrico em fábricas de baterias, névoas de óleo na usinagem ou metalurgia.
4. Fumaças
São mistura de partículas sólidas e líquidas provenientes da combustão. Como fontes comuns, temos incêndio ou combustão incompleta, como escape de diesel e incineradores, e fumaça da queima de plásticos, borracha, madeira.
5. Fibras
Partículas finas e alongadas com uma alta relação comprimento-diâmetro. Como exemplo, temos o amianto, presente em edifícios antigos e isolamento. Temos as fibras minerais sintéticas, como lã de vidro e as fibras cerâmicas.
Quais são os riscos dos aerossóis na higiene ocupacional?
A exposição a aerossóis no local de trabalho apresenta uma variedade de riscos à saúde, dependendo do tipo de aerossol, sua composição química, tamanho das partículas e concentração.
Esses riscos podem afetar o sistema respiratório, a pele, os olhos e, em alguns casos, até mesmo o sistema nervoso ou os órgãos reprodutivos. Confira:
1. Efeitos na saúde respiratória
Este é o impacto mais comum e grave. Como efeitos agudos, temos irritação do nariz, garganta e pulmões. Tosse, espirros, chiado no peito. Falta de ar ou aperto no peito.
Já os efeitos crônicos, podem incluir asma, especialmente por poeiras, névoas e agentes sensibilizantes, como por exemplo, farinha e isocianatos. Bronquite crônica devido à exposição prolongada aos vapores metálicos, névoas ácidas. Doença pulmonar obstrutiva crônica devido à inalação de poeiras como sílica ou fumaça. Silicose e pneumoconiose pela inalação de sílica cristalina ou pó de carvão e câncer de pulmão devido à exposição ao amianto, fumaça de diesel, pó de madeira e cromo hexavalente.
2. Efeitos Neurológicos
Exposição aos vapores de metais pesados, como chumbo, manganês, mercúrio, que podem afetar o sistema nervoso central, levando a perda de memória, disfunção motora, alterações de humor. Os aerossóis à base de solventes em névoas podem causar dores de cabeça, tonturas ou declínio cognitivo a longo prazo.
3. Efeitos Cardiovasculares
Aerossóis de partículas finas, especialmente de combustão (por exemplo, escapamento de diesel), têm sido associados a: aumento do risco de ataque cardíaco e derrame, pressão arterial elevada e agravamento de doenças cardíacas preexistentes.
4. Irritação nos olhos e na pele
Névoas ácidas (como sulfúrica ou clorídrica) e névoas de solventes podem causar irritação ou queimaduras nos olhos, dermatite cutânea, erupções cutâneas ou queimaduras químicas.
5. Sensibilização e reações alérgicas
Alguns aerossóis, como isocianatos, pó de farinha e proteínas do látex, podem atuar como sensibilizadores respiratórios ou cutâneos, desencadeando respostas imunológicas mesmo em baixas doses, o que pode causar asma ocupacional ou anafilaxia.
6. Efeitos cancerígenos e reprodutivos
Carcinógenos em forma de aerossol são especialmente perigosos, porque são inalados diretamente. Como exemplo, podemos citar fibras de amianto, que podem levar a mesotelioma, ou seja, câncer de pulmão. Algumas névoas de solventes orgânicos ou aerossóis metálicos (como chumbo) podem causar problemas de fertilidade, defeitos congênitos ou aborto espontâneo.
Estratégias para proteção contra aerossóis na higiene ocupacional
Controlar a exposição a aerossóis no local de trabalho é um objetivo fundamental da higiene ocupacional. A melhor abordagem segue a hierarquia de controles, começando pela eliminação e terminando com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Medidas de controle eficazes dependem do tipo de aerossol, do processo e do nível de risco.
1. Eliminação e Substituição (mais eficaz)
Elimine a fonte do aerossol, se possível, utilizando líquidos pré-misturados em vez de pós. Evite a pulverização quando houver outros métodos de aplicação. Substitua por materiais menos perigosos, como a substituição de à base de solvente por alternativas à base de água. Use agentes de limpeza não tóxicos ou produtos químicos de menor volatilidade.
2. Controles de Engenharia
Estes controles visam remover os aerossóis na fonte ou impedir sua dispersão. A ventilação local por exaustão (VLE) é essencial em cabines de soldagem, estações de manuseio de produtos químicos e salas limpas farmacêuticas. Também é essencial para a captura de névoas, poeiras e fumos diretamente no ponto de geração.
Já a ventilação geral/diluição melhora a qualidade geral do ar, diluindo os contaminantes atmosféricos. É útil em grandes áreas (por exemplo, armazéns, fábricas).
O isolamento ou confinamento é útil para isolar os processos geradores de aerossóis (por exemplo, tanques de mistura, granuladores). Use caixas de luvas, capelas de exaustão ou cabines de pintura.
Os sistemas de supressão de poeira são uma opção para sistemas de nebulização ou pulverização de água em canteiros de obras ou demolições.
Saiba mais: O que é cabine de exaustão química?
3. Controles Administrativos
Envolvem mudanças na forma como o trabalho é realizado para reduzir a exposição. Nas práticas de trabalho, modificações como evitar a varredura a seco, usar métodos úmidos ou aspirar com filtros HEPA são alternativas muito úteis. Use sistemas fechados para transferência de pó ou líquido.
O treinamento e conscientização contempla o manuseio adequado de produtos químicos e materiais que produzem aerossóis. Enfatize a importância dos controles e EPI.
A rotatividade de funções e limitação de tempo é outra medida de controle. Reduza o tempo de exposição para tarefas de alto risco.
4. Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
O EPI nunca deve ser a única medida no combate a aerossóis na higiene ocupacional, mas é essencial quando outros controles são insuficientes.
4.1 Proteção Respiratória
Certifique-se de que os trabalhadores tenham acesso à proteção respiratória adequada, como respiradores, máscaras contra poeira ou respiradores purificadores de ar motorizados, quando os controles de engenharia e administrativos por si só forem insuficientes para mitigar a exposição. Selecione os respiradores com base no tipo e na concentração de contaminantes em suspensão presentes no local de trabalho.
4.2 Proteção Ocular e Facial
Forneça aos trabalhadores óculos de segurança, protetores faciais ou óculos de segurança ampla visão para proteger os olhos e o rosto de partículas em suspensão que podem causar irritação ou ferimentos. Certifique-se de que os óculos de proteção formem uma vedação ao redor dos olhos para impedir a entrada de partículas.
4.3 Vestuário de proteção
Mangas compridas, luvas ou trajes completos quando a exposição da pele for um risco.
5. Monitoramento e Manutenção
Utilize monitores de aerossóis em tempo real, bombas de amostragem pessoal ou análise gravimétrica para avaliar os níveis de exposição. Garanta que os sistemas de ventilação, filtros e EPI sejam mantidos adequadamente e substituídos regularmente.
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